Jovem que matou motorista de app após encontro vendeu carro da vítima para ferro-velho antes de fugir, diz polícia
20/11/2024
Suspeito matou a vítima a facadas e jogou o corpo às margens da GO-020 antes de vender o veículo, aponta investigação. Francinaldo e Gilvan mantinham relação há 5 meses, segundo a Polícia Civil. Francinaldo Silva Guimarães (E) e Gilvan Ostemberg de Souza (D), em Goiás
Divulgação/Polícia Civil de Goiás e Reprodução/Redes sociais de Gilvan
O jovem Francinaldo Silva Guimarães, de 26 anos, suspeito de matar o motorista de aplicativo Gilvan Ostemberg, de 38, vendeu o carro da vítima para um ferro velho de Cristalina, no Entorno do Distrito Federal, antes de fugir, de acordo a investigação. Segundo o delegado responsável pelo caso, João Paulo Mendes, Francinaldo matou Gilvan a facadas e jogou o corpo da vítima às margens da GO-020 antes de vender o veículo.
"Ele mata a vítima, segue pela GO-020 ali no município de Bela Vista de Goiás, joga o corpo da vítima nas margens da GO-020 e segue o itinerário até a cidade Cristalina, onde vende o carro da vítima para um ferro velho que mexe com desmanche de peças", contou o delegado.
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O crime aconteceu no dia 3 de novembro deste ano, em Goiânia. Já o corpo da vítima, foi encontrado no último sábado (9), na GO-020.
A defesa do suspeito declarou ao g1 que nega os fatos e que provará a inocência do cliente no tribunal do juri. Em conversa informal com os policiais, o suspeito alegou que Gilvan tentou "se engraçar" com ele e, por isso, cometeu o crime, o que contradiz a defesa.
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O jovem alegou ainda desconhecer a orientação sexual da vítima. De acordo com a investigação, Francinaldo e Gilvan mantinham um relacionamento há 5 meses.
Após vender o veículo, o suspeito fugiu para o município de Parauapebas, no estado do Pará. Em depoimento, o suspeito permaneceu em silêncio. Antes, à polícia, ele alegou que a vítima tentou estuprá-lo. No entanto, o delegado João Paulo Mendes considerou a versão apresentada "bastante fragilizada".
"Essa versão está bastante fragilizada, tendo em vista que eles já se relacionavam amorosamente, se conheciam e haviam saído juntos em outras ocasiões. Eles já mantinham um caso, uma relação homoafetiva, e se relacionavam amorosamente há cerca de cinco meses. O amigo da vítima, que prestou depoimento, deixou isso claro", destacou o delegado.
Juntos em distribuidora
Suspeito e vítima estavam no carro antes do motorista de app desaparecer, diz polícia
De acordo com as investigações, a polícia iniciou as apurações após a família de Gilvan registrar o desaparecimento dele. Segundo o delegado, embora os familiares acreditassem que ele tivesse saído para trabalhar como motorista de aplicativo, foi constatado que Gilvan, na verdade, saiu de casa para beber com Francinaldo.
"Ele saiu de casa, encontrou-se com um amigo, passou por bares e distribuidoras, acompanhado desse amigo, e depois desapareceu. Assim, inicialmente, recaiu uma forte suspeita sobre essa pessoa, que estava com ele nos últimos momentos de vida", explicou o delegado.
Imagens obtidas pela Polícia Civil mostram os dois chegando juntos, no carro de Gilvan, a uma distribuidora de bebidas no dia do crime (assista acima). Segundo o delegado, as imagens contradizem a versão apresentada pelo suspeito.
Frieza em depoimento
O delegado também relatou que o suspeito demonstrou frieza e ausência de arrependimento ao contar sobre o crime. Ele foi mantido preso após audiência de custódia.
A identidade do suspeito foi divulgada em conformidade com a Lei nº 13.869/2019, com o objetivo de identificar novas vítimas, de acordo com a PC.
Sobre o caso
Imagens mostram suspeito em bar antes de homicídio de motorista de app, em Goiás
Divulgação/Polícia Civil de Goiás
De acordo com a Polícia Civil, Gilvan saiu de casa no dia 3 de novembro, por volta das 17h e não voltou mais. A família foi à delegacia e registrou o desaparecimento.
Durante as investigações, a polícia apurou que o motorista não havia saído de casa para trabalhar, mas para se encontrar com Francinaldo. A PC foi até à casa do suspeito e soube que ele tinha passado em casa no dia do crime com o carro da vítima, retirado itens pessoais e desaparecido.
A polícia encontrou o carro da vítima num ferro-velho, em Cristalina (GO), no último dia 13. O veículo foi vendido pelo suspeito antes de embarcar para o Pará, estado onde ele nasceu.
De acordo com o delegado João Paulo Mendes, pessoas ouvidas pela investigação disseram que Gilvan e Francinaldo mantinham um relacionamento há cerca de cinco meses.
“O que a gente pode apurar dos autos é que eles mantinham uma relação, mas essa relação não era pública. Tanto que o suspeito tinha uma companheira”, explicou o delegado.
Francinaldo voltou a Goiânia, onde foi preso no dia 14 de novembro.
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